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Israel: a Terra Santa (parte 1).



Independente de sua religião, conhecer ao vivo a história de Israel que se confunde com a própria história da bíblia é uma experiência inesquecível! Irei compartilhar com vocês um pouco da minha viagem a este país, deixando de fora apenas a cidade de Jerusalém que merecerá uma postagem exclusiva.

O Estado de Israel é um país situado no Oriente Médio fundado em 1948, com o retorno dos judeus à terra de onde haviam sido expulsos quase dois mil anos antes. Desde então, o país entrou em conflito constante com os vizinhos (Egito ao sul, Jordânia a leste e Líbano e Síria ao norte) e especialmente com os palestinos, que habitam a região há séculos e exigem que lá seja criado seu próprio Estado. Os idiomas oficiais são o hebraico e o árabe. Aproximadamente 80% dos habitantes são judeus, 15% islâmicos e 3% cristãos. A moeda é o novo shekel.


O Mar Morto é um lago de água salgada alimentado pelo Rio Jordão, que banha Israel e Jordânia. Situado a 400 metros abaixo do nível médio do mar, é a maior depressão do mundo. Sem sombra de dúvidas um dos locais mais fantásticos do planeta.

Mar Morto.

Possui esse nome devido à grande quantidade de sal por ele apresentada, dez vezes superior à dos demais oceanos, e por isso a escassez de vida em suas águas, a exceção de alguns tipos de bactérias e algas.

O Mar Morto acolheu algumas cidades bíblicas no passado. Não se sabe a localização exata, mas naquelas proximidades teriam existido Sodoma e Gomorra, mencionadas no livro de Gênesis (capítulo 18 e 19) como as cidades destruídas por Deus com chuva de fogo e enxofre por conta da imoralidade de seus pecados.

A densidade da água salgada do Mar Morto é tão alta, que é possível boiar sem o menor esforço. Uma experiência surreal!






As propriedades curativas do Mar Morto são reconhecidas desde muitos anos, recebendo visitantes ilustres como Herodes o Grande e Cleópatra. A lama negra do Mar Morto é usada em tratamentos terapêuticos para doenças de pele e reumáticas, o que promove um enorme turismo de saúde, tornando esta região tão atrativa para os visitantes internacionais de hoje como era para os reis e peregrinos da antiguidade.





Masada é uma fortaleza construída pelo rei Herodes no ano 30 a.c. sobre uma montanha de 400 metros de altura com um topo plano, cercada em volta por um deserto e pelo Mar Morto. Este é um destino emocionante tanto pela história de perseverança e final trágico quanto pela vista de tirar o fôlego.



As ruínas bem preservadas da fortaleza podem ser acessadas a pé andando pela espiralada "rota da serpente" ou por um bondinho. 



No ano de 72 d.c. os romanos cercaram Masada e conseguiram alcançar a fortaleza íngreme, depois de construir uma imensa rampa de terra no lado ocidental da montanha. No ano de 73 d.c, 960 judeus que viviam no topo de Massada escolheram se suicidar para não serem capturados vivos pelas mãos dos romanos.




"Naqueles dias, veio Jesus de Nazaré da Galiléia e por João foi batizado no rio Jordão (Marcos 1-9)".

 Yardenit é o local de batismo no Rio Jordão, hoje é possível ser batizado ou fazer uma renovação de batismo, ou apenas entrar nas águas do rio Jordão, desde que usando os trajes brancos que podem ser alugados no complexo, que oferecem também toalhas e vestiário de ótima qualidade. Sinceramente, este foi um dos momentos mais emocionantes e importantes da minha vida. É um privilégio poder ser batizado no mesmo local onde Jesus também foi.




No Rio Jordão teremos referência de várias outras histórias bíblicas, a saber: a cura da lepra de Naamã ao mergulhar no Jordão por sete vezes (II Reis 5: 1-19) e o machado que flutuou (II Reis 6: 1-7), por intermédio de Eliseu; também houve a travessia do povo de Israel a pé enxuto pelo rio, guiados por Josué (Josué 3:1-17).

Entrada de Yardenit.



A cidade de Jericó é considerada a mais antiga do mundo!

 Dos fatos mais importantes podemos nos lembrar: quando Jericó é entregue nas mãos de Josué, num episódio em que os israelitas cercaram a cidade por 7 dias, tocaram as trombetas, o povo gritou e as muralhas caíram (Josué 5:13-15 e 6:1-27); a cura do cego Bartimeu quando Jesus saía de Jericó (Marcos 10: 46-52); e na foto abaixo, observamos o local onde Eliseu torna saudáveis as águas de Jericó (II Reis 2:19 a 22).



"E tendo Jesus entrado em Jericó ia passando. E eis que havia ali um varão chamado Zaqueu; e este era um dos principais publicanos e era rico. E procurava ver quem era Jesus e não podia, por causa da multidão, porque era de pequena estatura. E, correndo adiante da turba subiu num sicômoro para o ver; porque havia de passar por ali. E, quando Jesus chegou àquele lugar, olhando para cima, viu-o e disse-lhe: Zaqueu desce depressa, porque hoje me convém pousar em tua casa (Lucas 19: 1 a 10)".

Árvore que Zaqueu subiu.
 Zaqueu recebe Jesus em seu lar e toma uma atitude ousada em sua vida expressando um desejo de conversão: decide dar metade do que tinha aos pobres e restituir em quádruplo às pessoas que um dia teria fraudado.



Indo para Tel Aviv encontramos mais uma história fantástica: Deus manda Jonas ir pregar em Nínive, a cidade dos Assírios, um povo muito cruel, famosos por sua impiedade nas batalhas. A mensagem de Jonas era de que iriam sofrer a ira Divina caso não se arrependessem dentro de quarenta dias. Temendo por sua vida, Jonas pega um barco para Társis no porto de Jope (atual Tel Aviv-Yafo).

Porto de Jope (atual Tel Aviv-Yafo).

 Durante a viagem aconteceu uma tempestade e o mar só se acalmou quando lançaram Jonas para fora do barco.

Mar em Tel Aviv.
 Ele foi engolido por um grande peixe e no seu ventre passou três dias e três noites, período em que se arrependeu de seus atos. Então foi vomitado pelo peixe numa praia e seguiu rumo para Nínive, onde pregou e os ninivitas se arrependeram.

Estátua do grande peixe.

Outro destino de grande importância nos relatos bíblicos é a Galiléia, local onde Jesus realizou muitos de seus milagres.

O Mar da Galiléia é um extenso lago também conhecido como Mar de Tiberíades ou Lago de Genesaré. Nele Jesus acalma uma tempestade (Mateus 8:23-27) e anda por sobre o mar (Mateus 14: 22-33).

Chegada ao Mar da Galiléia, uma linda paisagem.

Passeio de barco no Mar da Galiléia.

Quem não se lembra da música "Pedro, Tiago e João num barquinho, no Mar da Galiléia" ?

Em Tabgha, nas margens do Mar da Galiléia, estivemos na Igreja da Multiplicação, a qual possui um mosaico feito no chão ao lado de uma rocha que acredita-se ter sido o local exato onde Jesus fez o milagre da multiplicação dos pães e peixes (Lucas 6: 1-15).

Entrada da Igreja da Multiplicação.

Mosaico dos Pães e Peixes.
 Havia ali grande multidão que seguia Jesus, cerca de quase 5 mil homens, e não havia com o que alimentar o povo. Jesus é informado que um menino possuía 5 pães e 2 peixinhos, então tomando-os e tendo dado graças distribui-os entre a multidão que se alimentou, e ainda foram recolhidos 12 cestas do que sobraram dos pães do menino.



Chegamos ao Monte das Bem Aventuranças, local onde Jesus pregou o Sermão do Monte (Mateus 5: 1-12). Possui uma vista deslumbrante, jardins lindos e bem cuidados e ali foi construída a Igreja das Bem Aventuranças.


Tudo em Israel é bem cuidado, começando pelos jardins que são lindos!



Na foto abaixo observamos o local onde historiadores afirmam que Jesus fez o Sermão do Monte. O detalhe impressionante é a acústica neste monte em forma de cone, que permite ouvir o que as pessoas falam a uma distância muito grande, desta forma Jesus conseguiria ser ouvido pelas multidões que o seguiam.



 “deixando Nazaré, veio habitar em Cafarnaum, sobre as margens do mar, nas regiões de Zebulom e de Naftali”( Mateus 4:13 ). A partir daquele dia, Cafarnaum, o vilarejo dos pescadores, torna-se a “cidade de Jesus”.


 Em Cafarnaum Jesus realizou muitos milagres, dentre eles: a cura do criado de um centurião (Mateus 8:5-13), a cura de um endemoniado (Marcos 1:21-28), a cura do filho de um oficial do rei (João 4: 46-54).


Nesta sinagoga, aconteceu a cura de um paralítico que foi levado a Jesus por quatro homens, numa maca. Mas como havia muita gente à porta da casa, onde Jesus estava, impedindo a passagem, fizeram um buraco no telhado e desceram a maca com o paralítico bem em frente onde estava o Mestre. Jesus vendo a fé que tinham disse ao paralítico: levanta-te, apanha a tua maca e vai para tua casa. Então ele se levantou e retirou-se a vista de todos, que se admiraram e deram glórias a Deus(Marcos 2: 1 a 12).




Ruínas da casa onde aconteceu a cura da sogra de Pedro (Marcos 1: 29-31).


Estátua de Pedro.

 Continuação na postagem Israel (parte 2)...

Israel: a Terra Santa (parte 2).


Dando continuidade ao nosso tour pela Terra Santa, seguimos para Haifa, a terceira maior cidade de Israel e uma das mais bonitas. A cidade abriga uma mistura peculiar de bairros modernos e distritos antigos, montanha e mar, igrejas e mesquitas (aliás, é conhecida por sua tolerância religiosa, em virtude do mosaico de religiões ali presente).

Em Haifa está localizado o Centro Mundial Bahá'í, construído no declive do Monte Carmelo, conhecido pela beleza extraordinária de seus jardins suspensos. Este é um local de peregrinação para os membros da fé Bahá'í, cujos ensinamentos são baseados de que todas as religiões estão certas e apoiam o conceito de união das mesmas.




Seguindo de Haifa, subimos ao Monte Carmelo, local onde aconteceu o duelo espiritual entre o profeta Elias e os profetas de Baal.

Acabe reinou em Israel e fez o que era mau perante o Senhor, mais do que todos os reis anteriores. Se casou com Jezabel, e construiu um altar a Baal. O profeta Elias tentou convencer Acabe e o povo a se arrependerem, mas isto foi em vão. Daí Deus fez parar de chover por três anos (I Reis 16:29-34 e 17: 1-7).

Foi quando Elias desafia os 450 profetas de Baal da seguinte forma: haveriam 02 altares de sacrifício, os profetas de Baal iriam invocar o seu deus para que mandasse fogo do céu e consumisse o altar, assim como Elias iria orar ao Senhor para o mesmo objetivo. Seus profetas oraram, dançaram e até se feriram para obter sua atenção, mas Baal não respondeu. Elias zombou deles e pediu para que gritassem mais alto pois Baal poderia estar ocupado, a viajar ou a dormir. Para não ter dúvidas, Elias pede que joguem água sobre seu altar e então ora ao Senhor: "Responde-me, Senhor, responde-me, para que este povo saiba que tu Senhor, és Deus". Então caiu fogo do céu e consumiu o holocausto. Vendo o que acontecera o povo adorou ao Senhor. E todos os profetas de Baal foram mortos.  (I Reis 18: 20-40).

Estátua de Elias no Monte Carmelo.


Eis aqui um lugar fascinante, tanto pelo contexto histórico quanto pelo teológico. Megiddo é uma colina composta de 26 estratos de vestígios de cidades existentes no passado, ou seja, foi totalmente destruída e reconstruída várias vezes. 

Uma cidade fortificada em um ponto estratégico no caminho entre o Egito, Síria e Mesopotâmia. Megiddo servia como importante cruzamento de grandes batalhas históricas.



Megiddo foi tomado pelos israelitas, aparentemente, apenas no tempo do rei Davi. A cidade floresceu durante o tempo do Rei Salomão.


O rei Josias morreu numa batalha contra Faraó-Neco em Megiddo (II Reis 23:29). Josias era neto de Manassés e filho de Amom, dois reis que fizeram o que era mau perante o Senhor, todavia Josias começou a reinar com oito anos de idade em Jerusalém e renovou a aliança do povo para com o Senhor Deus (II Reis cap 21 a 23).

 

Este túnel foi construído para os moradores de Megiddo obterem água durante a primavera sem deixar as muralhas da cidade, durante o reinado do rei Acabe.

Bandeira de Israel.

O Armagedom é traduzido em hebraico como Har Megiddo ou Monte Megiddo. Com uma importância teológica sem medidas, é de arrepiar poder estar aonde segundo as sagradas escrituras se desenrolará a batalha do Armagedom, ou seja, a luta final entre os exércitos de Cristo e as tropas comandadas por Satanás e o Anti-Cristo (Apocalipse 16:14-16).



Seguimos caminho para Nazaré, cidade onde Jesus passou parte de sua vida, desde quando voltou do Egito e ainda era criança até a sua juventude (Mateus 2:19-23). Foi o local da anunciação, quando Maria foi informada pelo arcanjo Gabriel que iria dar a luz a um filho, concebido pelo Espírito Santo, e este se chamaria Jesus, filho do Altíssimo (Lucas 1:26-38).

Nazaré também foi palco de uma história lamentável, quando Jesus indo para a cidade onde fora criado, prega a mensagem de Deus e é rejeitado pelos seus habitantes, que o levaram para o cume do monte sobre a qual está edificada com o intuito de jogá-lo penhasco abaixo, mas Jesus conseguiu escapar (Lucas 4:16-30).


Cume do monte, em Nazaré.

Esta fonte fica na base do Monte Hermom. É uma das nascentes do Rio Jordão. Herodes Filipe, que governava essa área, edificou aqui uma cidade em homenagem a César (seu imperador) e a si próprio; a cidade foi chamada anteriormente de Panias e hoje é conhecida por Banias ou Cesaréia de Filipe.






O Salvador reuniu-se com seus discípulos em Cesaréia de Filipe. Aqui Pedro declarou que o Salvador era “o Cristo, o Filho do Deus vivo”. O Salvador prometeu então a Pedro as “chaves do reino do céu” (Mt. 16:13–20).





Esta é uma área de tensão onde já ocorreram vários conflitos, por ser fronteira com Síria e Líbano.



Uma curiosidade: os gregos capturaram Banias (esta área) e construíram um templo pagão dedicado a Pan, um deus com os pés de um bode que conduz rebanhos tocando flauta.



 Visitamos o local de uma história que gosto muito: "Disse o Senhor a Gideão: É demais o povo que está contigo, para eu entregar os midianitas nas suas mãos; Israel poderia se gloriar contra mim, dizendo: A minha própria mão me livrou".

"Fez Gideão descer os homens às águas. Então, o SENHOR lhe disse: Todo que lamber a água com a língua, como faz o cão, esse porás à parte, como também a todo aquele que se abaixar de joelhos a beber".


"Foi o número dos que lamberam, levando a mão à boca, trezentos homens".


"Então, disse o Senhor a Gideão: Com estes trezentos homens que lamberam a água eu vos livrarei, e entregarei os midianitas nas tuas mãos"(Juízes 7: 1-7).



Tel Aviv é a segunda maior cidade e a mais rica de Israel, caracterizando-se como capital financeira do país. Ganhou o título de "metrópole do Mediterrâneo que nunca dorme".

Foto do Wikipédia, uma vez que no dia que fomos estava chovendo e fazendo zero grau de temperatura, o que não permitiu tirar boas fotos. Aliás, é interessante ressaltar que em Israel também faz frio, inclusive existe até estação de esqui.

Em Tel Aviv visitamos a casa de Simão, onde Pedro se hospedou e teve uma visão: "Pedro ficou em Jope durante algum tempo, com um curtidor de couro chamado Simão" (Atos 9:43).

Pedro teve uma visão: "E viu o céu aberto, e que descia um vaso, como se fosse um grande lençol atado pelas quatro pontas, e vindo para a terra. No qual havia de todos os animais quadrúpedes e répteis da terra, e aves do céu. E foi-lhe dirigida uma voz: Levanta-te, Pedro, mata e come. Mas Pedro disse: De modo nenhum, Senhor, porque nunca comi coisa alguma comum e imunda. E segunda vez lhe disse a voz: Não faças tu comum ao que Deus purificou" (Atos 10:11-15).



A culinária de Israel foi profundamente influenciada pelas mistura de diferentes etnias, religiões e culturas, como por exemplo a culinária árabe e judaica.

Diz ele que é o melhor Falafel da região. Tem coragem? (rs)

Kebab.


Lanche em Tel Aviv com nosso guia "a nuvem do deserto".

A última coca-cola do deserto. (rs)



Em todos os hotéis e em todas as refeições, inclusive no café da manhã, sempre verduras e peixes.

Definitivamente, o turismo em Israel possui um foco histórico e religioso. É importante ressaltar isto, pois numa viagem a Terra Santa você não irá encontrar grandes monumentos de encher os olhos, e sim lugares até certo ponto simples mas de grande valor histórico. Apesar de se poder encontrar, não acredito que seja um destino pra quem procura vida noturna, azaração e muitas compras (a exceção do freeshop do aeroporto, que é fantástico). E claro, é necessário compreender e respeitar os costumes dos povos locais.

 É um país lindo, moderno, limpo e bem cuidado, organizado e com muita segurança. Essa com certeza está entre as minhas melhores viagens. Recomendo a todos!